sexta-feira, 11 de março de 2011

Procura-se.

O quarto está vazio. Procura-se alguém que goste de cachorros. O sol anda radiante, nascendo quadrado pra mim e quando se põe é como uma bola em chamas; as nuvens não tem aparecido... não observo mais o céu como antigamente. Alguém que ature crises existenciais e goste de dançar. Os sapatos começam a ficar velhos e jogados. Meu quadril cresceu cinco centímetros. Alguém que o perfume esteja presente mesmo que ausente. Minhas unhas não estão roídas. Os cds estão arranhados e empuerados. As folhas pela casa estão em branco e os novos cadernos se acumulam no canto do escritório. A bateria do celular começa a durar mais de uma semana. Procura-se alguém que me faça sorrir mais do que chorar. Os parques estão em reformas. Procura-se alguém que ansêie pela minha presença e caminhe de mãos dadas comigo pela calçada. Procura-se a voz que me acalma, o tom exato.  Procura-se o jeito e o beijo doce. Os sonhos não gostam mais de ser sonhados por mim. A rotina tem me enlouquecido, a morbidez tem me adormecido. Procura-se calafrios e borboletas. O quarto vazio, amplo, completo em si. Chorei duas horas e dormi três dias, íncrível ainda haver forças. Procura-se alguém  que faça toda essa agonia sumir, alguém que me acorde todo dia e fique feliz com a minha rotina matinal. Que horas iguais façam verdadeiramente sentido. Que o meu sorriso ganhe nome, endereço e telefone. Procura-se um amor mútuo.

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